sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A vida é engraçada...

Você espera a pancada vir por todos os lados, mas esquece de proteger as costas. Guardamos nossos sonhos em caixinhas delicadas, porém fortes o suficiente para não serem violadas, mas não prevemos o quanto é simples abrí-las. Quando planejei sair de casa, nunca imaginei que seria fácil. É claro que, fariam falta uma porção de coisas como a comida da mamãe, a cervejinha tomada (e paga) na companhia do papai, a roupa lavada... Mas eu sabia que era capaz de fazê-lo. Nunca tive um sonho e, ao mesmo, tempo, uma ansia tão grande de vencer, de conseguir. E de certa forma eu já consegui.
Mas não nego que foi um choque hoje quando me contaram que meu aumento - com que eu contava para pagar as prestações - não acontecerá. Foram três pensamentos seguidos:

1. Deve haver algum jeito;
2. Como farei agora?
3. Eu sabia que estava fácil demais...

Nada nessa droga dessa vida vem fácil. E geralmente tudo o que é difícil - e o fácil também, diga-se de passagem - vem junto. São como marés, de sorte ou de azar. Em meio a tristeza de saber o quanto vou ter que me apertar para conseguir, e também em todas as outras coisas que vem me encomodando, percebi que não há resultados sem algum tipo de mudaça. Nenhuma grande obra foi construida sem suor, mas principalmente sem um motivo.

Em uma aula de História da Música na faculdade, meu professor chamou atenção para uma coisa: a arte só se dá através do desequilibrio. Assim também é a vida. A arte sempre me moveu de alguma forma. Sempre me levou para os caminhos mais incrédulos. Me trouxe paixão, dinheiro, amizades incríveis, conhecimento. Em algum lugar, eu ainda acredito que ela me dará a resposta.