sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A vida é engraçada...

Você espera a pancada vir por todos os lados, mas esquece de proteger as costas. Guardamos nossos sonhos em caixinhas delicadas, porém fortes o suficiente para não serem violadas, mas não prevemos o quanto é simples abrí-las. Quando planejei sair de casa, nunca imaginei que seria fácil. É claro que, fariam falta uma porção de coisas como a comida da mamãe, a cervejinha tomada (e paga) na companhia do papai, a roupa lavada... Mas eu sabia que era capaz de fazê-lo. Nunca tive um sonho e, ao mesmo, tempo, uma ansia tão grande de vencer, de conseguir. E de certa forma eu já consegui.
Mas não nego que foi um choque hoje quando me contaram que meu aumento - com que eu contava para pagar as prestações - não acontecerá. Foram três pensamentos seguidos:

1. Deve haver algum jeito;
2. Como farei agora?
3. Eu sabia que estava fácil demais...

Nada nessa droga dessa vida vem fácil. E geralmente tudo o que é difícil - e o fácil também, diga-se de passagem - vem junto. São como marés, de sorte ou de azar. Em meio a tristeza de saber o quanto vou ter que me apertar para conseguir, e também em todas as outras coisas que vem me encomodando, percebi que não há resultados sem algum tipo de mudaça. Nenhuma grande obra foi construida sem suor, mas principalmente sem um motivo.

Em uma aula de História da Música na faculdade, meu professor chamou atenção para uma coisa: a arte só se dá através do desequilibrio. Assim também é a vida. A arte sempre me moveu de alguma forma. Sempre me levou para os caminhos mais incrédulos. Me trouxe paixão, dinheiro, amizades incríveis, conhecimento. Em algum lugar, eu ainda acredito que ela me dará a resposta.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pessoas que inspiram.

Todos os dias (quando tenho tempo) visito os blogs que mais gosto e procuro por pessoas novas e inspiradoras, que me mostrem algo novo ou apenas bonito. Pessoas que busquem e vejam na vida as mesmas coisas que eu. A Ivi é uma dessas pessoas com quem nunca falei, nunca cruzei e mesmo assim tenho a sensação que conheço a anos. Suas frases indignadas, suas declarações e suas fotos. Tudo nela me encanta! Acho ela parecida comigo até fisicamente. Nos duas em pontas opostas do país, vemos o mundo da mesma forma. Acho lindo quando essas coisas acontecem. Mesmo que ela nunca leia esse texto, fica aqui a minha admiração. Leiam, vale muito à pena.

http://vodcabarata.blogspot.com/




domingo, 25 de setembro de 2011

Do que você precisa?

Gabrielle Chanel costumava dizer que uma mulher só precisa de duas coisas pra viver: um vestido preto e um homem que ame. Hoje em dia, eu adicionaria mais um item: uma bolsa grande. Em um dos episódios de Sex and The City, Carrie divaga sobre como é difícil ter um relacionamento onde você não possui espaço algum na casa do seu companheiro... Quem nunca?! eu mesma váaaaarias vezes chegava na casa do boy pensando em todas as minhas coisinhas que ficaram pra trás: chapinha, maquiagem (quase sempre a base, porque é ruim de carregar) e o, mais frequente, roupas. É incrível como sempre aparece uma festa ou um jantar justamente quando você só carregou seu moleton e suas sapatilhas. Na minha malinha cabem apenas corretivo, blush e uma miniatura de perfume. O que já está de bom tamanho para um dia comum, mas se você resolve passear no shopping no único dia em que você tem tempo pra se arrumar, isso me causa algum tipo de tristeza. Mesmo que você deixe lá alguns itens básicos (hidratante, escova de dente e, inevitavelmente, calcinhas) você ainda vai sentir falta de alguns utensinhos básicos da sua caixinha no seu lar-doce-lar. 
Eu sou uma pessoa que tem muitas coisas para a minha estatura, admito. E acho incrível que quando é ao contrário - ele fica na minha casa - ele não sinta falta de absolutamente nada que não tenha trazido. Acho que cabe a nós mulheres relaxar um pouco. Perceber que, se tiramos algum tempo pra ficar juntos, independente de você ter rímel ou não, ele ainda vai te amar - o que torna brilhante a conclusão de Chanel.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobre ser pai.



Ontem parei pra pensar no quanto é importante, seja para o que for, você ter o mínimo de "jeito".
Muitos não tem o dom de tocar como Eric Clapton, de cantar como Billie holliday, de criar como Gabrielle Chanel, de atuar como Sean Penn... Muitos não nascem para ser grandes. As vezes somos ótimos cozinheiros mas péssimos em matemática...
O ponto em que quero chegar parece muito simples e instintivo - mas não é. Ser pai -ou mãe - é uma arte também. Você precisa saber como falar, como lidar. E não, eu não acho que seja preciso virar psicólogo para criar um filho. É preciso apenas ser mais humano.
Colocar pra dormir, cuidar quando está doente, limpar quando se suja. É preciso ser paciente, ser cauteloso, preocupar-se, confiar... Ser pai deve ser tão difícil quanto ser filho. Eu que sou apenas filha, ontem vi como meus pais foram bons pra mim.
Eles não concordam comigo em muitas coisas. Acreditam em coisas que eu a muito questiono, reclamam que eu não paro em casa, brigam quando eu demoro no banho. Mas quando eu fiquei doente eles limparam meu vômito, me deram remédio, e colocaram a mão na minha testa. Quando eu me decepcionei eu ganhei um abraço apertado. Quando eu errei, ganhei puxões de orelha e - agradeço muito por isso - aprendi a pedir desculpas.
Pai e mão são chatos, intrometidos, brigões... Pai e mãe são únicos e insubstituíveis. São eles que te ensinam o que é o amor, o que é o respeito. E se você não aprendeu isso - me desculpe se você discorda - também é culpa deles. Os meus foram maravilhosos (São maravilhosos!). Obrigado, pai e mãe s2

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Eu só reclamo.




Não consigo entender, às vezes, como tenho tantas pessoas ao meu redor. Não deve ser fácil conviver com alguém que está sempre descontente! Tem dias que eu simplismente pareço não ter nada de bom para contar! É desapontador...

E não é culpa dos outros, do trabalho, dos colegas...não é culpa de ninguém. Monotonia definitivamente não é a palavra no momento, mas são tantas coisas e, ao mesmo tempo, parece ser apenas coisa da minha imaginação. Como naquela cena onde Audrey diz : "you're just sad that's all!"... dias vermelhos são realmente horriveis Audrey...

Tudo aquilo que você não vê mas sente. Aquele medo do que você não sabe se aconteceu ou vai acontecer um dia. Aquela angustia do simples "não saber". Nada te conforta e você não consegue falar...é assim que eu me sinto.

Acho que é apenas cansaço. Ou uma criança fazendon manha...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comum.


Não vejo tristeza em ser um pouco sozinha, quando o vento me acompanha vestida em um casaco de lã. Quando vejo o ôor do sol em uma praça qualquer.
Não vejo, de maneira alguma, tristeza em voltar pra casa cansada, quando passei o dia todo rodeada de pessoas, exercitando o trabalho que tanto amo, e tanto lutei para conquistar.
Não sinto maldade em uma pessoa mal vestida. Não sinto medo também.
Não tenho dúvidas quanto aos meus sonhos e os acho imensamente lindos mesmo sendo tão singelos.
Não vejo mal algum em ficar um pouco mais acordada quando vejo meu irmão esperando para contar como foi seu dia.
Não me sinto tola por acreditar em amor eterno...em destino...em perdão...
Não entendo muitas coisas dessa vida, mas consigo perceber uma certa beleza nisso.
Não discordo do que não entendo. Mas não concordo com a ignorância humana.
Não estive aqui nas épocas que considero mais bonitas, mas vivo em uma que me permite conhecê-las em uma catárse única.
Consigo perceber mais virtude em uma vida simples e comum, do que em uma carreira glamurosa e cheia de acontecimentos.
Não vejo mérito em ser melhor. Me faz feliz ser apenas comum.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Se tem algo que exemplifique o que estou sentindo...


...é este poema que encontrei no Vodca Barata:

Entre o fogo e a derme

Como quem sopra
a própria pele antes
para você queimar
melhor, mais
eficaz. Com você,
os pontos da sutura
são auxílio ao corte.
Deito e observo
o prazer com que
você me desinfecta
para proteger,
contra minha tez,
os seus insetos.
Eis-me aqui,
querido, todo pós-
utópico depois
que você confunde
pela centésima vez
sulco e charrua
durante o sexo
ou seu exagero
em buscar no dicionário
antes de me tocar
a etimologia de palavras
como amortecimento.
Quando você fala,
arreganho os ouvidos
e olvidos e Ovídios
e respondo
à attention span
de peixe dourado
que você me dedica
em nossa vida de aquário.
Sei que devo soar,
aos seus ouvidos,
como um conjunto
de erratas e spam.
Resigno-me
como inseto extinto
preso em sua resina.
Os amigos sugerem
que eu deixe o cronômetro
vir coser os lábios
da ferida, enquanto
você seleciona
em random mode
por trilha-sonora
o sonzim dos meus ossos
que engranzam
sob o seu corpo.
Silêncio não
é costureira,
nem na Espanha
onde talvez haja
alguma que atenda
por Martírio ou Remédios,
como numa peça qualquer
de Lorca ou outra louca.
Sinto-me como uma Orca
justiceira ou uma Scarlett O´Hara
sem Tara.
Resta-me a esperança
que arqueólogos futuros
me descubram, soterrado,
fossilizado, esquecido
sob as suas vírgulas.
Hei de voltar, como um vírus
trancafiado nas tumbas
de Tutancâmon ou outra múmia,
devastarei paisagens e populações
à procura dos seus pulmões.


Ricardo Domeneck.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sobre o amor e o tempo.


Passado. Se existe algo em minha vida para o qual eu nunca dei muita importância é para o meu passado. Se fiz coisas ruins ou estúpidas, fiz. Ponto. Se meu pai me dava um beijo de boa noite, se algum dia esqueceu. Se alguma paixão antiga me marcou, certamente não foi de uma forma boa, ou não estaria no passado. Então pra que lembrar?

Já fui muito melhor nisso de falar de mim. Uma vez li em algum lugar que uma das características mais bonitas em uma mulher é saber falar de si mesma. Já me descrevi melhor. Hoje não tenho muita certeza do que sou.

Desde pequena aprendi que se algo não serve mais pra você, deve ser passado pra frente. Roupas, brinquedos, livros. É claro que não é tão simples com pessoas. Pessoas são difíceis de deixar pra traz. Mas nem por isso você precisa mantê-las em sua vida para sempre. Às vezes, tentamos ao máximo manter quem amamos por perto e mesmo assim essas pessoas se vão. Às vezes tentamos de tudo para nos afastar de alguém e, a vida não deixa.

Longe de tentar entender os sentimentos humanos, tento entender meu próprio coração. Tento entender porque é tão difícil transformar o presente, que hoje me faz uma pessoa triste, em passado. Por que pra mim, que sempre fui tão resolvida, que nunca tive medo de dizer o que eu sinto? As frases que mais me vêm à cabeça nos últimos dias começam com “por que”.

Não gostaria de me descrever como uma pessoa perfeita, afinal, isso não existe. Mas de todos os erros que posso cometer, sei que passo batida pela maioria deles. Às vezes, me sinto até meio “sem sal”, sem graça. Fazer tudo certo, muitas vezes, cansa e não compensa. Você acorda na hora, mas o ônibus passa adiantado. Você estuda muito para uma prova importante e na hora te dá um branco. Você dá o máximo de si no trabalho e no fim do ano anunciam corte de pessoal. Você economiza anos para comprar um carro e não consegue tirar a carteira. Você repete todos os dias “eu te amo”, muda suas manias, esquece seus medos, faz coisas ridículas em nome de um sentimento que nem sabemos se realmente existe, e mesmo assim alguém toma seu lugar. A vida tem dessas coisas.

Mas mesmo com todo esse sentimento pensado e contabilizado, você ainda corre o risco de fazer algo pior do que remoer o passado: sentir pena de si mesmo. Se tem algo que minhas séries fúteis e filmes europeus me ensinaram, é que ninguém tem o direito de te fazer sentir menos importante. Se você tentar e fizer tudo certo, na medida do possível, uma hora as coisas se acertam. Pelo menos por um tempo. ^^